... nestes dias, Maria e José já deviam estar viajando a caminho de Belém. Fico imaginando que grande dificuldade: por causa de um decreto, um recenseamento obrigatório... sem chance de algum diálogo, sem chance de adiamento, sem chance de conversa,
uma mulher grávida quase para ter o bebê precisa viajar, percorrer um longo caminho sentada em um burrinho e a pé.. por estradas montanhosas, talvez locais sem trilhas e cheios de pedras... dá pra imaginar? Um casal, cuja mulher está grávida, com gravidez adiantada, andando dias e dias sob sol forte, dormindo à noite ao relento ou em grutas... os dois e o bebê e o burrinho... passando o perigo de serem assaltados, perigo de pegar calor demais ou frio e chuva... perigo de ficarem sem a água e o alimento que levavam no lombo do burrinho... provavelmente a maior parte do tempo sozinhos... talvez, às vezes, juntos a alguma caravana... talvez entre estranhos... sem um parente, sem os pais, sem um amigo... imagino o cansaço, o medo, as dores nos pés, nas pernas, nas costas.. o risco... o risco do bebê nascer no caminho...
...imagino o céu estrelado em algumas noites, talvez a beleza de um riacho e da paisagem...imagino o silêncio...
quanta confiança em Deus!...
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