sábado, 6 de abril de 2019



    • Tenta imaginar a cena. Não há nenhum dos quatro evangelhos que não se refira a este pequeno grupo de mulheres em vigília, junto à cruz; eram sobretudo mulheres que vinham seguindo Jesus, desde a Galileia. O que faziam ali? Por que é que ali estavam a assistir à morte lenta e dolorosa do Mestre muito amado?
    • No Evangelho Segundo S. Mateus, de Pasolini, há uma sequência impressionante em que aparecem várias cruzes no lugar do calvário. Aos pés de cada cruz, está uma figura feminina. Ali, envoltas em xailes e véus, essas mulheres – uma mãe, uma irmã, uma mulher, uma namorada – esperam que o seu homem morra. A sua vigília silenciosa é um acto de lealdade. É-lhes indiferente que o mundo insulte ou escarneça os que ali estão, condenados como criminosos. A mensagem que têm para os que amam é simples: “Estamos aqui. Ainda vos amamos. Independentemente do que possam ter feito, estamos aqui e vamos ficar aqui, convosco, até ao fim”. O que é que esta entrega significa para ti? Como é que te toca?
    • Na tradição judaica, cabe às mulheres a preparação do corpo para o enterro, um peso terrível. Estar à cabeceira de um doente em casa, num lar ou num hospital, acompanhá-lo nos últimos momentos para que não parta sozinho, é já doloroso, mas fazê-lo entre estranhos, no meio de uma multidão hostil, e partilhar a humilhação e a tragédia de uma execução pública só pode ser devastador. Já acompanhaste alguém que estivesse em grande sofrimento, alguém de quem gostasses ou que te fosse próximo? Quem é que te acompanhou quando mais precisavas? Como é que essa pessoa te ajudou nesse momento difícil?
    • Jesus foi despojado das vestes e está agora pregado na cruz, mas o momento é também sensível e de ternura. Olha para Maria, a Mãe de Jesus, aos pés da cruz. Volta às palavras de S. João: Então, Jesus, ao ver ali ao pé a sua mãe e o discípulo que Ele amava, disse à mãe: «Mulher, eis o teu filho!» Depois, disse ao discípulo: «Eis a tua mãe!» E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua. O que é que vai ser dela?

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